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O mito dos hormônios em frangos de corte

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17 de abril de 2019 | Postado por Fornari

Você já ouviu falar que é melhor não comer muita carne de frango porque estão cheias de hormônios? No entanto, trata-se de um mito que é difundido erroneamente entre a população, pois o uso de qualquer substância com a finalidade de estimular o crescimento e a eficiência alimentar é proibida no Brasil pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Mas então fica a dúvida: por que o frango de hoje cresce mais rápido do que o de anos atrás?  O fato é que muitas pessoas não se dão conta que há décadas as empresas privadas e universidades estudam o melhoramento genético, nutricional, sanitário, o manejo, bem como instalações e ambiência, e com isso, ao longo dos anos, obteve-se um aumento no desenvolvimento corporal dos frangos.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Gerson Neudí Scheuermann, infelizmente, desde o início do desenvolvimento da avicultura mundial, um dos paradigmas que sempre exige justificativas dos técnicos é de como os frangos a cada ano são produzidos com mais eficiência. “Normalmente, o que prevalece são considerações de leigos que atribuem esta eficiência ao uso de substâncias indevidas na alimentação das aves, em especial, os hormônios. Vários médicos e nutricionistas têm usado os meios de comunicação para apresentar opiniões infundadas e prejudiciais. Geralmente são profissionais que não se aproximam do segmento produtivo para entender a evolução tecnológica da avicultura e, assim manifestem posições indevidas”, esclarece Scheuermann.

Para deixar ainda mais claro este assunto, seguem 5 justificativas sobre a não utilização de hormônios na alimentação de frangos:

  1. O rápido crescimento dos frangos é o resultado de décadas de investimento em pesquisa científica resultando em grandes avanços genéticos e na melhora das áreas relacionadas ao ambiente (nutrição, sanidade, instalações e manejo geral). A nutrição destas aves, por exemplo, consiste no fornecimento de ração balanceada ao nível de aminoácidos, macro e microminerais e vitaminas atendendo precisamente as exigências necessárias à manifestação do potencial genético.
  2. Segundo a literatura internacional, as pesquisas que avaliaram a utilização de hormônios exógenos em frangos de corte não justificam tecnicamente a utilização destas substâncias na avicultura de corte, ou seja, não há impacto positivo no desempenho das aves.
  3. Custo: substâncias como o hormônio de crescimento de galináceos estão disponíveis em baixas quantidades visando possível aplicação em atividades de pesquisa, apresentando, portanto, custo elevado que é incompatível com a rentabilidade do setor. Não há produção comercial destas substâncias, nem demanda para tal.
  4. Além de tudo, o emprego destas substâncias é ilegal. De acordo com o decreto n° 76.986, artigo 6, de 06/01/1976, é proibida a adição de hormônios em alimentos para animais.
  5. Profissionalização do setor avícola: a cadeia de frangos de corte no Brasil é um dos segmentos agropecuários mais tecnificados e organizados do país. Trata-se de uma atividade executada com todo o zelo que o competitivo mercado internacional exige. As exportações de carne de frango brasileira atingem mais de 150 países, o que é o resultado de muito trabalho e competência de toda a cadeia. Não há por parte das empresas qualquer interesse de colocar em risco toda a exportação utilizando substâncias que não sejam aceitas pelo consumidor.

Desta forma, é importante conscientizar a sociedade que a indústria avícola, altamente sofisticada, que gera emprego, alimento e riqueza, faz a criação de frangos com responsabilidade. Sendo assim, o consumo da carne de frango deve ser incentivado, pois trata-se de um alimento que oferece uma quantidade significativa de nutrientes e com um preço acessível.

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